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CSA: mais uma denúncia de crime ambiental

Por não adotar medidas de precaução ao acionar o Alto Forno 2, a Companhia Siderúrgica do Atlântico responderá a mais um processo movido pelo Ministério Público. “A parte da produção sabidamente de maior impacto energético e ambiental fica por aqui, enquanto o filé mignon da produção – e do faturamento da cadeia – vai para os americanos e alemães”, pondera o economista Paulo Passarinho, em artigo publicado na página Fundação Lauro Campos.

O economista alerta que a CSA é uma unidade de cadeia produtiva que começa no Brasil e vai se concluir na Alemanha e nos EUA. Produz placas de aço plano, exportadas diretamente para duas outras unidades situadas nesses países, onde são produzidos os chamados laminados, de maior valor agregado. Portanto, ficamos com a parte suja enquanto o “filé mignon da produção” fica nas mão de americanos e alemães.

Nunca é demais lembrar que a CSA registra incidentes recorrentes de poluição do ar com fuligem As maiores vítimas são moradores de Santa Cruz – bairro onde a siderúrgica foi instalada – e os pescadores da Baía de Sepetiba, que também foi afetada. Eles lutam para impedir a concessão definitiva da licença à CSA.

Vendida como grande empreendimento que traria desenvolvimento para a Zona Oeste do Rio, a CSA terminou por se revelar um negócio poluidor que não segue altos padrões técnicos internacionais. Até o prefeito já manifestou discordância sobre o funcionamento da companhia. Deveria ter medido os contras antes de incentivar isenção fiscal e trabalhar a favor da instalação da usina que já havia sido recusada no Chile e no Maranhão.

No artigo do Paulo Passarinho, o economista questiona os propalados ventos auspiciosos que sopram sobre a cidade que sediará os megaeventos. “O Pan deve ser lembrado como alerta. Com estimativa inicial de gastos R$ 400 milhões, incluindo os Jogos Parapan-Americanos, ao final desta história a fatura chegou a astronômica cifra de R$ 4 bilhões.”, discorre.

E Passarinho conclui:

“Com o controle absoluto da situação, a aliança que une FIFA, COI, Governos federal, estadual e municipal, construtoras, multinacionais, e oportunistas de toda a sorte – do mundo empresarial ao partidário – vê o seu caminho aberto. O objetivo maior é a radicalização dos propósitos de privatização, em larga escala, do poder público, de espaços públicos e dos recursos públicos. Em um curto espaço de tempo. É o Rio sob ataque. E o Rio, lembramos, é a expressão, para o mundo, do Brasil.

Ao final dessa história, como já ocorrido com os Jogos Pan-Americanos, e com o que acontece na Grécia, após a badalação das Olimpíadas em Athenas, a conta a ser paga ficará nas costas do povo, hoje excluído, mal tratado e desrespeitado em seus elementares direitos.”
Leia o artigo na íntegra na página da Fundação Lauro Campos

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