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Árvores, para que as quero?

A aridez no bairro de Santa Cruz


Basta olhar e ver. Aonde estão a maioria das árvores da cidade? As ruas da Zona Norte e Oeste da cidade tem muito menos árvores que o Centro ou a Zona Sul. Por isso, para dar apenas dois exemplos, a temperatura sobe em bairros com paisagem árida como Bangu ou Realengo. Como se sabe, a boa arborização reduz o calor em até 4ºC. A Fundação Parques e Jardins afirma que são plantadas, todos os anos, 20 mil mudas na cidade. Deste total, 30% não resistem às chuvas fortes, ao atrito do trânsito, aos desabamentos de encostas e outras intempéries urbanas.

A verdade é que estudos mostram que o Rio perde cobertura vegetal a cada ano e não é difícil constatar este fato se caminhamos nas Zona Norte e Oeste, onde troncos fenecem nas calçadas. A cidade se vê assolada por uma praga desvastadora, a erva-de-passarinho – um parasita que suga e mata a árvore. Na tentativa de salvar as que foram atacadas, a Comlurb tem feito podas radicais que estão despertando a ira de moradores e têm contribuído para aumentar nossa selva urbana.

A exuberância no bairro do Flamengo


Para além deste problema real, que fica visível nas feridas abertas pela praga nos troncos e galhos, o Rio de Janeiro é uma cidade partida no que tange à arborização. Estima-se que existam, hoje, mais de 800 mil árvores condensadas nas áreas contempladas com algum projeto urbanístico, como o Aterro do Flamengo. Por isso, existe um desequilíbrio na cobertura verde e quem perde, como já disse, são os moradores das Zonas Norte e Oeste.

As árvores não tem só a função estética de embelezar. Elas são estratégicas para o ecossistema porque retiram gases poluentes do ar e têm o papel de amenizar o clima. As cortinas vegetais também têm o poder de diminuir em cerca de 10% o teor de poeira e reduzir o nível de ruído uma vez que ajudam a obstruir a propagação de som.

Fica a pergunta: porque não se plantam mais árvores na ruas e calçadas peladas da cidade?

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