“A prefeitura tem tentado confundir a categoria e a sociedade divulgando um valor fictício que em
nenhum momento esteve na mesa de negociação. Curioso como depois de aprovar na marra sem
nenhuma negociação o plano de carreira entregue à Câmara de Vereadores, agora a prefeitura quer
discutir através da imprensa a proposta de plano do SEPE sem nunca ter feito essa discussão com o
sindicato.
É muito importante frisar que a reivindicação salarial do Sepe no ano de 2013 foi de 19%. Em nenhum
momento apresentamos nas mesas de negociação a reivindicação histórica do patamar de 5 salários
mínimos para professor e 3,5 salários mínimos para funcionários. Portanto, a premissa inicial da
prefeitura (sobre a qual todo o restantes dos cálculos são feito) está absolutamente equivocada. Esse tipo de manipulação se deve à confusão que a prefeitura faz entre salário inicial e carreira.
Só para termos uma ideia da manipulação, para se chegar aos fabulosos e fictícios 131 mil reais, a prefeitura aplicou o valor de 5 salários mínimos considerando um professor de 16 horas nível médio, situação que não existe prefeitura, para depois fazer a proporção para 40 horas Licenciatura Plena e aplicar de forma errada o plano de carreira proposto pelo SEPE, misturando direitos de funcionários e professores, calculando duplamente triênios, duplamente a formação, dentre outras coisas. Fazendo isso tudo, eles chegaram a um número irreal na tentativa de enganar os profissionais da educação.
Na concepção do Sepe, primeiro seria necessário negociar a lógica de valorização por tempo de
serviço e por formação, para depois verificarmos qual o salário inicial a partir do qual toda a tabela
salarial seria montada. Isso devia ter feito parte do diálogo e da negociação, mas a prefeitura se negou
a dialogar e apresentou um plano diretamente aos vereadores que foi prontamente rejeitado pela
categoria, assim que tomou conhecimento das suas premissas.
Voltando aos valores: quando na mesa de negociação, a Prefeitura acenou com 8% em cima dos 6,75%
já concedidos a todo funcionalismo, a categoria entendeu e aprovou em assembleia que a discussão a
partir daí seria sobre a carreira e não mais sobre o vencimento inicial. Desta forma, o salário inicial para nível médio seria de R$ 3.306,26 para 40 horas semanais (o mesmo que consta do plano da prefeitura).
Com esse valor, a tabela salarial construída corretamente a partir da proposta de plano de carreira do Sepe seria a seguinte:
Portanto, um professor com 36 anos de carreira, 40 horas semanais e pós- Doutorado chegaria ao salário máximo de R$ 25.031,96, já contados todos os triênios. A diferença existente no salário final da carreira do Sepe em relação ao plano da prefeitura se deve justamente ao percentual entre os níveis (4% da prefeitura X 15% do Sepe) e aos percentuais de valorização por formação para todos.
Obviamente, esperávamos que tais elementos fossem efetivamente negociados para chegarmos a um
consenso. Isso nunca foi objeto de negociação porque a prefeitura apresentou seu plano de carreira
diretamente aos vereado res e, a partir daí, se negou a receber a comissão de negociação para o
diálogo. Paes e Costin optaram então pelo caminho da repressão e da manipulação e todos sabemos o
que aconteceu depois disso.
Por fim, não podemos esquecer: esses valores dizem respeito apenas aos professores. Mais uma vez,
o governo parece esquecer que existem os funcionários das escolas, deixados de lado nas contas e nos
direitos.”
Texto divulgado pelo Sepe
Pingback: Porque os professores continuam em greve | Eliomar Coelho - PSOL - O vereador do Rio
Sou professora do município e fico muito preocupada com os demais profissionais que estão sendo ainda mais desvalorizados neste plano da prefeitura.
Estão querendo fazer-nos engolir um plano que não nos contempla, não apenas pela remuneração e desvalorização de nosso trabalho, mas sobretudo pela forma como este foi elaborado, passando por um processo escuso que demonstra a incapacidade de o prefeito e a secretária dialogarem com a nossa categoria. É triste um país que trata seus trabalhadores dessa forma. Cria-se uma relação com o outro que beira ao fascismo, exacerba o individualismo e fomenta uma cultura de ignorância e boçalidade (des)humana.
Muito bem exposto, cara Silvia. Estamos na luta com vocês e sabemos que não há radicalização. Há insatisfação com um plano que não foi negociado e indignação pelo tratamento que a cateogia recebe da prefeitura. No segundo mandato, Paes não honrou as promessas feitas durante a campanha. Terça, estaremos juntos na passeata!
Abraços,
Eliomar
Obrigada pelo apoio!!!
Sou aluno do curso de licenciatura em matemática, estou nos períodos de conclusão do curso. Creio, não só em falar, escrever ou ouvir, que a Educação é e sempre será o imensurável caminho de transformação de uma sociedade. Infelizmente o nosso país ainda não se posicionou nesse caminho. Ouvimos em cada momento de pré eleição palavras vazias sobre isso e aquilo que se fará na educação e fingimos que acreditamos ou não acreditamos. Mas quando essa sociedade acordará para isso? Vejo pais e mães levarem os seus filhos às escolas, lá depositam estes, por aquele tempo, são poucos ou quase nenhum que procuram a diretora, a coordenadora pedagógica, o(a) professor(a), para saberem como estão seus filhos no processo de ensino e aprendizagem. Nesses últimos dias, ouvi reclamações devido a falta de aula, que os prejudicados são eles, pais, que não tem com quem deixarem seus filhos. Penso que não possuem noção nenhuma do que está acontecendo e fazem parte do processo, ou fingem que sabem, se fossem politizados seriam importantíssimo nesse trâmite. Então, é esse quadro que me espera? Acho que daqui a um pouco espaço de tempo o país também terá que importar professores, quem quer está passando por tamanha vergonha, descaso, humilhação, retrocesso político? Já basta o próprio sistema de educação pouco ou quase nada ter de avançado, a não ser para a elite. Peço a Deus que Sua Justiça venha sobre este país, sobre o descaso, corrupção de tantas “autoridades”. Creio que só Dele virá o socorro.
Caro Fernando,
É, de fato, lamentável o que está acontecendo com os profissionais de ensino; o tratamento indigno e arbitrário que a prefeitura vem adotando…
Só nos resta perseverar na luta…
Abraço fraterno,
Eliomar
Fui representante do CEC-Conselho Escola Comunidade e,desde 2002,acompanho a luta desta classe.Do que adianta nos tornarmos a 7ª economia do mundo se,um dos seus principais alicerces,que é a educação,não é vista como prioridade.
Registro que,em 2002,apresentei ao prefeito da época um projeto que sugere o resgate dos ex-cinemas para transformá-los em Centros Culturais Populares ,com inserção das escolas públicas,a exemplo do Ex-Cine Teatro Cachambi,localizado na Rua Cachambi nº 345,processo 001003036/2002 e,o respectivo projeto,até hoje está tramitando na Secretaria Municipal de Cultura.A mesma sugestão tambem foi apresentada para os ex-cinemas que estão fechados,a exemplo do Rosário(Ramos)Olaria,Vaz Lobo,Campo Grande,Realengo e outros .
Lamentável, Rubens, que iniciativas tão valiosas quanto esta que você encaminhou sejam engavetadas pelos administradores…
Abraço fraterno,
Eliomar