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Eliomar media concorrido debate sobre privatização do Maracanã

O auditório da Câmara Municipal ficou lotado hoje, 29/06, no debate sobre a decisão do governo estadual de privatizar o Maracanã, mediado pelo vereador Eliomar Coelho. “As despesas operacionais do Maracanã são de R$ 800 mil e a receita é de R$ 1,9 milhão. A privatização do Maracanã é um desrespeito incalculável”, sentenciou Eliomar.

Nenhum representante do governo compareceu ao debate. Participaram Gustavo Mehl, do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas, João Hermínio Marques de Carvalho, da Frente Nacional dos Torcedores, o historiador Luiz Antônio Simas, o jornalista Lúcio de Castro e a deputada estadual Janira Rocha (PSOL/RJ).

“O balancete do Maracanã é sempre superavitário”, reforçou Gustavo Mehl, desmontando a argumentação do governo para a concessão do estádio – inviabilidade de bancar os custos da nova arena. Mehl destacou que o orçamento da reconstrução do Maracanã deve ultrapassar R$ 1 bilhão. E duas reformas anteriores – a segunda na época do PAN – consumiram R$ 634 milhões dos cofres públicos .

“Não estamos denunciando apenas a privatização. Denunciamos o mau uso do dinheiro público, o encolhimento do Maracanã, a elitização do estádio, a repressão ao comercio informal, a remoção de famílias no entorno e as más condições de trabalho na obra”, disse Mehl.

Quando foi construído, o Maracanã destinava 80% de seus lugares para a geral e arquibancadas. Os torcedores reinvidicam ingresssos a preços populares e cadeiras removíveis. João Hermínio observou que os camarotes VIPs vão ocupar a faixa das torcidas organizadas. Ele informou que o movimento se reunirá, no próximo dia 11 de julho, com membros da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados, em Brasília, para discutir a federalização do estádio.

“Nas obras da Copa, 97% do investimento é público e quem vai lucrar são empresas gestoras das arenas multiuso. O Maracanã é apenas a ponta do iceberg”, afirmou João Hermínio.

Para Luiz Antonio Simas a privatização aponta para um processo de assassinato cultural. O historiador sustenta que o futebol está voltando a se tornar um esporte de elite como na sua origem.

“O futebol era um dos poucos canais que a população afro-descendente teve como perspectiva de ascenção social. Em 1910, só tinha branco no futebol. Em 1930, despontavam Noel Rosa, no samba e Leônidas da Silva, no futebol. A MPB e o futebol estavam por trás de um movimento popular de integração”, afirmou o historiador.

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