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Escreveu, não leu…

A colunista Berenice Seara, do jornal Extra, denunciou a manobra para soterrar a CPI das Remoções na nota “Escreveu, não leu…”

“No início da semana passada, o mais oposicionista dos vereadores do Rio, Eliomar Coelho — o único do PSOL — conquistou a inédita marca de 19 assinaturas a favor de uma CPI contra o prefeito Eduardo Paes. Como nunca antes na história desta legislatura, a Câmara iria investigar a prefeitura — mais especificamente, como o poder municipal vem removendo moradores de favelas e áreas de risco.

Eliomar ainda comemorava o feito, terça-feira, no plenário, quando a máquina governista percebeu que não só havia cochilado, mas dormido profundamente no episódio.

Debandada organizada
Tânia Bastos (PRB) foi a primeira a pedir para apagar sua assinatura. Mas foi informada de que o regimento interno proíbe a retirada de qualquer nome depois de o requerimento ter sido entregue à Mesa Diretora.

O povo deu tratos à bola até achar um precedente, de maio de 2008. Na época, foi decidido que, se todas as folhas não forem rubricadas, o parlamentar tem direito a retirar a assinatura, mesmo com o documento já protocolado.

Pois assim, não só Tânia Bastos, como Carlinhos Mecânico (PPS), Elton Babu (PT) e Eduardo Moura (PSC) retiraram seus nomes e salvaram a prefeitura do incômodo da CPI das Remoções.

Apoiou o que não leu
Divertida é a justificativa de Moura para a sua retirada estratégica. O moço disse que só soube da CPI pelo discurso de Eliomar — apesar de ter posto seu nomezinho no requerimento. “Dirigi-me à secretaria da Mesa para tomar conhecimento do teor daquele documento, pois não me recordava de o ter assinado.”

O objeto
Pelas contas da oposição, cerca de cinco mil famílias já foram removidas na Cidade do Rio de Janeiro.”

Nota publicada na edição do dia 3/07/2011

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