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Estádio de Remo da Lagoa: os puxadinhos avançam indecentes…

Leia denúncia encaminhada por Alessandro Zelesco, remador master e ex-presidente da Federação de Remo do Estado do Rio de Janeiro (FRERJ), sobre as construções irregulares no Estádio de Remo da Lagoa. As autoridades já tomaram conhecimento do problema, divulgado até na mídia. Mas os puxadinhos estão lá para quem quiser ver e fotografar, avançando Lagoa adentro. O atleta lidera uma campanha em defesa do Estádio de Remo da Lagoa.

Os puxadinhos avançam…
Alessandro Zelesco
“Mais de um mês após a publicação da matéria “Puxadinho Indecente” da revista VEJA, onde era noticiado que a prefeitura do Rio tinha dado um prazo de um mês para que o Complexo Lagoon retire os equipamentos de refrigeração que desfiguraram o Estádio de Remo, a situação não mudou. Na verdade piorou, pois mais “puxadinhos” vão sendo agregados ao que hoje já é considerado “o antigo estádio de remo da lagoa”…

As fotos falam por si. Esta prefeitura nada faz. Aliás, só faz o que interessa à especulação imobiliária, como no caso da Vila Autódromo, em Jacarepaguá.

Infelizmente, também os órgãos de defesa do patrimônio histórico em nossa cidade não funcionam. Neste escândalo que é a privatização do Estádio de Remo, o IPHAN, INEPAC e DGPC agem mais como linha auxiliar da destruição do que da preservação. O letreiro com a inscrição “ESTÁDIO DE REMO” no topo da arquibancada foi retirado na calada da noite, novas placas de trânsito foram instaladas com a indicação “Lagoon” e agora pululam os “puxadinhos” ao arrepio da Lei. Tudo com o beneplácito dos nossos “órgãos de defesa do patrimônio histórico e cultural” da cidade.

O IPHAN, coitado, parece um órgão caduco. Depois daquele belíssimo parecer da Dra. Thays Pessotto Zugliani, superintendente regional 6ª SR/IPHAN (RJ), que, em 2002, não aprovou o projeto Lagoon e a descaracterização esportiva do Estádio de Remo da Lagoa, o IPHAN concordou, por pressões políticas, em emitir novo parecer (2003) “liberando geral”. E para aplacar a consciência por este malfeito, exigiram que fosse construída uma maquete com a arquitetura original do Estádio de Remo, que hoje pode ser vista debaixo da escada da torre de arbitragem.

Permitem a destruição do bem público original para preservar suas linhas numa maquete!!!!. Seria cômico se não fosse extremamente trágico. Seus “conselheiros” deveriam visitar o local para verificar como os famosos pilotis em “V” da arquibancada alta, de estilo modernista, ficaram “aparentes”…

E o nosso Remo olímpico, na nossa cidade olímpica, continua sem um Centro de Treinamento adequado. No lugar de um parque esportivo público, temos um shopping center. Com um discurso bastante hipócrita, nossos governantes repetem que “a Olimpíada não deve servir-se da cidade, mas a cidade é que deve servir-se da Olimpíada” para melhorar a qualidade de vida da população. Só faltou dizer, afinal, de qual cidade estão falando?

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