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Investimento x analfabestimo

icone-educacao2Um levantamento do resultado dos testes de português aplicados pelos professores em alunos da rede municipal do Rio constatou que existem cerca de 28 mil analfabetos funcionais entre o 4º e o 6º ano. O analfabeto funcional é aquele que lê mas não tem capacidade de interpretar o texto. A avaliaçao feita pela Secretaria de Educação verificou ainda que 70% dos 460 mil estudantes do 4º ao 9º ano do ensino básico precisam de aulas de reforço de português e matemática.

Infelizmente, isso não deveria ser uma surpresa. Nossa cidade tem a maior rede de ensino da América Latina com um deficit de 10 mil professores e 12 mil funcionários, escolas com estrutura física muito danificada e sem quadras de esportes. Nas salas de aulas, muitas abarrotadas com até 50 alunos, péssimas condições de ensino. Some-se a isso o baixo nível salarial dos profissionais de educação.

Ano passado, denunciei que o ex-prefeito não cumpria o preceito constitucional de aplicar, no mínimo, 25% do Orçamento do município na Educação. Isso resultou em uma ação protocolizada pelo PSOL junto ao Supremo Tribunal Federal alegando omissão administrativa do antigo alcaide.

Educação não é gasto. É investimento em transformação e desenvolvimento. Por isso, já encaminhei ao atual prefeito uma pauta de reivindicações dos professores que, se aplicadas, poderiam mudar esta triste realidade. A começar pelo cumprimento do investimento de 25% da verba orçamentária no setor.

Entre as demandas, destaco a urgência de um Plano de Carreira Unificado para Professores e Funcionários Administrativos, a incorporação da Gratificação de Desempenho dos funcionários, a discussão sobre o sistema de avaliação e aprovação em seminário da categoria, a diminuição efetiva do número de alunos por turmas, a reforma e construção de novas escolas e construção de quadras esportivas e a formação continuada em serviço para professores e funcionários;

Para obter um raio X da Educação no munícipio, encaminhei requerimento de informações à secretária de Educação, Claudia Costin, para saber, exatamente, qual é a estrutura física da rede e como funcionará o sistema de aulas de reforço. No documento, questiono qual o critério utilizado para a escolha de uma empresa paulista, o Instituto Ayrton Senna, para a elaborar o material pedagógico e as provas de avaliação e pergunto quanto custou esta contratação.

Será que os profissionais da rede municipal do Rio não tem competência para administrar a crise no ensino usando suas próprias pernas?

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