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Marco Feliciano está por trás da difamação contra Jean Wyllys

“O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) tem sido alvo, nos últimos tempos, de fortes campanhas difamatórias orquestradas pelos fundamentalistas religiosos que são inimigos das liberdades e dos direitos de negros, gays, lésbicas, transexuais, mulheres, adeptos das religiões de matriz africana e outras minorias que o deputado Jean defende no Congresso Nacional. Usando das redes sociais, os fundamentalistas divulgam notícias falsas, acusando o Jean de defender a pedofilia, insultar os cristãos e fazer declarações desrespeitosas sobre a Bíblia. Jean também foi alvo de ameaças de morte.

Semana passada, o jornal Estado de São Paulo revelou que um ex-assessor do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) reconheceu ter sido orientado pelo ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados para criar e divulgar campanhas difamatórias contra o parlamentar do PSOL.

“Precisamos abrir nossas mentes. O pedófilo pode ter papel fundamental no desenvolvimento sexual do menino, ensinando uma sexualidade sadia e livre de preconceitos. A etimologia da palavra pedófilo em grego quer dizer ‘amigo da criança'”, foi uma das declarações falsamente atribuídas a Jean Wyllys em “memes” publicados e viralizados através do Facebook, que asseguravam que Jean tinha defendido o abuso sexual de crianças numa entrevista à CBN. A própria CBN publicou uma nota oficial esclarecendo que a suposta entrevista jamais existiu: “Trata-se de uma informação absolutamente falsa”, esclareceu a emissora do Sistema Globo de Rádio.

“A Bíblia é uma piada, quem crê nela é palhaço e as igrejas são um circo. Pronto, falei!”, é outra das falsas declarações atribuídas ao deputado do PSOL, com a intenção de instalar a ideia de que ele é “inimigo dos cristãos”. Em diversos sites ligados aos fundamentalistas, ainda se afirma que Jean teria dito que “os cristãos são doentes, homofóbicos, preconceituosos, violentos, ignorantes e fanáticos”, o que também é falso. Também circulou por internet um vídeo-montagem, divulgado pelos deputado Marco Feliciano e o pastor Silas Malafaia, que usava imagens de um seminário sobre sexualidade na infância realizado na Câmara por iniciativa de Wyllys, afirmando falsamente que o objetivo do evento era estimular a pedofilia. O vídeo também chamava de “rituais macabros” manifestações feitas contra o pastor Feliciano e afirmava que Wyllys tem “preconceito contra cristãos”. O pastor Silas Malafaia divulgou pelo twitter as falsas declarações atribuídas a Jean e afirmou que “Wyllys chama cristãos de doentes”. Por sua vez, a “psicóloga cristã” Marisa Lobo disse no seu perfil da rede social que “Jean Wyllys chamou os evangélicos de analfabetos funcionais”.

O esquema montado pelos fundamentalistas funcionava assim: assessores do deputado Feliciano criavam os “memes” imputando todo tipo de falsas declarações a Jean Wyllys e as “viralizavam” através de Facebook. Depois, sites evangélicos fundamentalistas publicavam matérias noticiando as falsas declarações. Por último, os referentes públicos da banda, como Malafaia, Lobo ou Feliciano, reproduziam as mentiras em seus perfis oficiais de Twitter, citando como fonte as matérias publicadas por aqueles sites. Tudo isso se somava às expressões pejorativas, preconceituosas e grosseiras de lideranças da bancada fundamentalista e seus aliados contra Wyllys, como o caso do deputado Jair Bolsonaro, que afirmou que “é vergonhoso que um representante do partido tenha orgulho de ser chamado de veado”, referindo-se ao deputado Wyllys. “A grande preocupação do pessoal do PSOL é eu falar qual o pai que tem orgulho de ter um filho gay? Não vou me calar com essa representação sem vergonha, com esse lixo. Sou parlamentar com P maiúsculo, não com H minúsculo de homossexual”, disse Bolsonaro.

Em abril do ano passado, o deputado Jean Wyllys, junto a Erika Kokay (PT-DF) e Domingos Dutra (PT-MA), decidiram representar criminalmente – por calúnia, difamação, falsificação de documento público, injúria, falsidade ideológica, formação de quadrilha e improbidade administrativa – o deputado e pastor Marco Feliciano, o pastor Silas Malafaia, e os assessores parlamentares Rafael Octávio, Joelson Tenório, André Luis de Oliveira, Roseli Octávio e Wellington de Oliveira, por produzirem vídeos, notas, postagens em redes sociais, ou colaborarem ativamente na propagação destas, atribuindo aos deputados, entre outros, a defesa da pedofilia como bandeira política.

Wellington de Oliveira um dos denunciados, ex-assessor do deputado Feliciano, tinha negado os fatos quando foi citado para dar depoimento na Polícia Federal, mas no dia 11 de fevereiro passado, o jornal Estado de São Paulo publicou uma entrevista em que ele confessa tudo. Na entrevista ao Estadão, Oliveira diz ter sido orientado pela equipe do pastor a mentir e negar a autoria do vídeo, mas agora reconhece ser o responsável pela produção e ter encaminhado a Feliciano o material antes da publicação na internet. A Polícia Federal investiga o caso a pedido dos deputados atacados e o ex-assessor anunciou que fará um novo depoimento contando a verdade. “Ele (Feliciano) adorou, comprou a ideia e mandou realizar o vídeo, inclusive aprovou por e-mail, só não queria assumir como nosso”. Oliveira diz que a produção do vídeo fez parte de um projeto maior que não foi adiante, segundo o relato dele, porque o pastor não queria assumir a autoria das críticas e preferia vê-las disseminadas como “viral” na rede.

Além de confirmar a autoria intelectual do deputado fundamentalista com relação às campanhas difamatórias contra Jean Wyllys, Oliveira também denunciou a existência de ao menos onze funcionários fantasmas no gabinete de Feliciano. As suspeitas já tinham sido reveladas em março do ano passado pelo jornal Folha de S. Paulo. Segundo Oliveira, pessoas ligadas às igrejas do pastor recebem da Câmara sem realizar qualquer trabalho relativo à atuação do parlamentar. O ex-assessor diz que o deputado usa dinheiro da Câmara para pagar salários a pastores e outros funcionários, além de dívidas relativas a serviços prestados antes do mandato. “Todos estes que listei fazem o trabalho para a igreja, para o escritório particular, nada para a política, para o mandato”. Segundo Oliveira, do atual gabinete, Adilson Brito, André Oliveira, Rafael Octávio e Roseli Octávio atuam somente para as igrejas de Feliciano na região de Orlândia (SP), berço político do deputado pastor. Os salários deles vão até R$ 3,5 mil. Roseli Octávio é bispa na sede da Catedral do Avivamento, em Orlândia, enquanto seu filho, Rafael, atua na igreja em Franca (SP). Brito atua em Guará (SP) e André Oliveira, em São Joaquim da Barra (SP).

O ex-assessor citou ainda outros exemplos de pessoas que trabalham para Feliciano diretamente, sem ligação com a política. Wagner Guerra, que tem salário de R$ 8,6 mil, cuida das contas pessoais e da agenda do deputado, não tendo qualquer relação com o gabinete. Marina Octávio, mulher de Guerra e filha de Roseli, também está lotada no gabinete. O ex-assessor diz que faz as denúncias na busca de “moralizar” o meio religioso e por uma “crise de consciência” após ter convivido com os desvios.

As campanhas difamatórias contra Jean Wyllys, organizadas pelos fundamentalistas, além de atingir a honra do parlamentar e disseminar falsidades sobre ele, provocaram uma onda de ameaças de morte. O deputado denunciou à Polícia Federal e ao Ministério da Justiça as ameaças recebidas, algumas delas provenientes de blogs e grupos de Facebook, e as denúncias permitiram localizar uma quadrilha criminosa que, além de ameaçar o parlamentar, convocava a matar a presidenta Dilma, promovia o “estupro corretivo” de lésbicas e incitava ao abuso sexual de menores. Os responsáveis de um dos sites denunciados foram presos em 2012 em Curitiba na “Operação Intolerância” da Polícia Federal.”

Mandato Jean Wyllys

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