Rio antigo: ‘Becco’ dos Barbeiros

O Beco dos Barbeiros é uma viela entre a Primeiro de Março e Carmo, no centro da cidade. No período colonial, por ali se instalaram barbeiros que não só faziam cabelo, barba e bigode, mas, com seus boticões, arrancavam dentes de seus “pacientes”, sem anestesia (não existia), e, de quebra, “davam uma de médico”.

A travessia do beco é rápida (cerca de 90 passos). A rua estreita foi aberta pela Ordem Terceira da Nossa Senhora do Monte do Carmo, fundada em 1648, que decidira construir uma igreja cumprindo exigência da Câmara Municipal. Os alicerces  da nova igreja foram fincados em 1755, e, por volta dessa época, a passagem foi aberta.

Alguns barbeiros estabeleceram suas lojas no beco, enquanto outros montavam barracas ou trabalhavam como ambulantes nas ruas próximas. Como “médicos”, substituam a mão de obra especializada, escassa na época, e aplicavam sangrias em seus pacientes. Para isso, utilizavam sanguessugas, método empregado na época pelos médicos de verdade. As sanguessugas eram guardadas em potes de vidro.

O calçamento do beco foi feito com grandes blocos de pedra. O sulco que perpassa a viela foi feito para escoamento das águas pluviais da Igreja da Ordem Terceira do Carmo.

O local é bem movimento com seus restaurantes antigos à la carte, e conta com um comércio modesto – sapateiro, chaveiro e copiadora. Além disso, é utilizado como ponto de passagem para quem pega ônibus para outros bairros da cidade, principalmente Zona Norte. O beco, que vai do número 6 ao 12, também corta caminho para quem vai até a Praça XV pegar barca para Niterói.

 

 

 

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